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A vida não se ensina

E aqueles que nos podem explicar

Contam a deles

Que é a sua vida

Diferente sempre da nossa.

 

Há já alguns anos que não tenho carro… mas volta e meia ando com o carro de alguém, porque me dá jeito ou para matar saudades de conduzir – coisa que gosto mesmo muito…

Não vou escrever sobre o quão noto o aumento dos combustíveis cada vez que, de vez em vez vou meter desse liquido precioso no nosso país… mas no outro dia e no meio de uma viagem de volta do Alentejo – naquelas viagens dentro da viagem – começou a ganhar uma forma incrível no meu pensamento o facto da simples mas tão complexa, condução de um veiculo…

Não é que não tivesse dado conta antes, mas sem duvida que vale a pena pensar um pouco no facto de nos entendermos todos – salvo, certas distracções – em termos de condução.

Para o número de veículos que existem a circular, creio que o número de acidentes é relativamente pequeno – o que de alguma forma mostra como nos entendemos.  Respeitamos as imaginárias linhas rectas por onde temos de andar… passamos a muitos kilometros por hora uns pelos outros nas auto-estradas… mudamos de direcção em cruzamentos ao mesmo tempo que outros o fazem…respeitamos enfim, as regras que se criaram. Claro está que quando isto não acontece e pelas mais variadíssimas razões, dá asneira e pode ser daquelas sem volta a este bairro…

Ora, no meio dessa viagem de regresso do Alentejo, tive de me perguntar o porquê de no resto das nossas vidas e na nossa sociedade, e analogamente com outras regras para outros casos e condutas, não nos entendemos assim tão bem…

Baixei um torrent da obra completa do Bach, será melhor começar já a ouvir…

…ao fundo e pela porta do lado entra a voz da Amália vinda da televisão, talvez…  pela alma cantada daquela mulher, uma espécie de nostalgia agasalhou-me o corpo e um flash back de pensamentos levou-me até quatro noites atrás, quando pela primeira vez na minha vida, vi com todo o pormenor e interesse, uma ecografia_agora já as gravam e dão às mamas_já não são só as fotografias para mais tarde recordar… uma espécie de autopsia dos meus sentimentos varreu-me, numa espécie de saudosismo do que nem sequer me recordo, abanou-me…

Talvez por de alguma forma estar babado ou deverás feliz com a gravidez dessa ecografia, talvez porque analogamente como bate o relógio biológico ás mulheres,   aos homens deve bater algum mecanismo de reprodução… e pronto, fico a pensar no ser progenitor…mas mais além disso, mais além mesmo, fico a pensar que vou ser um tio orgulhoso 🙂 Parabéns Sis!