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A humanidade precisa de se libertar do conceito de deus e diabo, e admitir que ela mesma faz o bem e o mal. | George Orwell

Em menos de 24h, a PJ descobre uma árvore fulminada por uma descarga de um raio no meio de um cenário cinza e carbono… SIRESP – não há comunicação de um serviço que nunca funcionou bem… não se deixa bombeiros virem ajudar porque podem atrapalhar… criam-se linhas de apoio e taxamos 10 cêntimos pela iniciativa e por cada chamada… “Não há enquadramento legal para a não cobrança de IVA”, nas chamadas afirma o Ministério das Finanças. Em 2016 ” O Ministério da Administração Interna recusou concentrar na Força Aérea os meios aéreos do Estado para combate a incêndios e emergência médica. ”
Indústria dos incêndios em Portugal !? Acho que nunca ouvi falar disso…

Revoltado?! Em certa parte… mas deixem me ser egotista! Já sou cota, não tenho filhos e duvido que os vá ter… os meus pais já viveram a sua vida… a minha família não é muito grande e já vão estando crescidos… agora vocês que têm filhos, já pensaram o que estão a deixar a eles?… talvez não, porque estão mais interessados no vosso status, no vosso iPhone de última geração e em ir de férias para um lugar paradisíaco para depois postarem umas fotos por aqui… e no entanto nem reparam que atiraram com a beata ou o lenço do ranho para o chão enquanto levavam a criança pela mão…

Mas pronto, o egoísmo impera… como numa conversa recente alguém dizia que como os dinossauros desapareceram, também será natural que os humanos o façam, destruindo se a eles mesmos – é natural!

Põe mais laços pretos aqui no teu perfil e uns smiles com uma lágrima, escreve bonitos parágrafos de solidariedade, enquanto estás sentado no teu escritório ou no sofá … demostra que estás abalado… e? O que vai isso mudar, se os que morreram ja lá vão… e tu vais continuar a pensar que não te chega a ti e aos teus… e tu vais continua a ser enganado e empalado a força toda!

Pelo Facebook corre uma daquelas máximas que diz algo como: as palavras não contam nada, o que contam são as acções!

 

Pois é!… não apresentámos alternativas, nem soluções ao que se está a passar no estado português, numa manifestação organizada pela sociedade civil. Creio que foi e será sempre difícil remendar, reestruturar, reconstruir e projectar, seja aquilo que for, partindo de situações injustas, corruptas e de interesses vários, menos o do comum cidadão… e onde este ultimo pouco poder têm, a não ser em massa…

Mas custa-me perceber que há pessoas que não entendem e ainda criticam o seu semelhante por tentar fazer alguma coisa – e elas próprias também não apresentarem alternativa alguma, além de criticar. – Não será esta sim uma atitude deverás pouco construtiva?… Custa-me perceber que essas pessoas gostem de ser roubadas, enganadas e empaladas a torto e a direito e não entendam que não podem estar bem, porque se os seus amigos não estão, eles também o não podem estar… Serão elas seres iluminados e todos nós estaremos numa qualquer escuridão?

 

O que senti ontem no meio da multidão, foi esperança! As pessoas enfrentaram o medo… Esperança – sem duvida que não se sabe exactamente no quê! Mas estavam na rua para dizer isso mesmo… E isto sim, parece-me ser uma atitude construtiva e que pode alargar horizontes…

Pergunto-me se no tempo das descobertas quando conquistámos o mundo… se esses portugueses não tinham de ter esperança para fazer o que não sabiam que ainda iriam fazer…

Mas gostava que esta manifestação não ficasse por aqui… e que principalmente as pessoas acordassem e voltassem a sorrir como no dia de ontem. Talvez só assim se consigam novos diálogos, novos caminhos e consciências…

Vou!

.. embora não concorde muito com estas manifestações do século passado e aos sábados ainda por cima!, – quando os nossos políticos vão para os Allgarves, nos seus novos carros, jogar golfe e afins… Parece-me mais profícuo algo que fosse mais cri_ativo, – não sei o quê exactamente… mas acreditem que penso nisso e estou aberto a sugestões e idéias desde que não sejam violentas, destrutivas ou que ponham em causa a integridade de quem quer se seja… Mas sim, algo mais cri_ativo, que deixasse marcas visíveis e não apenas nos mídia que além de as manipularem, pouco tempo depois caem no esquecimento geral…

Quantas manifestações já tivemos desde o inicio deste ano?, quais as avaliações desses resultados?, quais as consequências?, quais as directrizes resultantes?…

Mas vou… Por mais zen que possa estar, não sou indiferente ás alterações do nosso dia a dia – muito pelo contrario! Vou… Por mais que não concorde com o nome desta manifestação, pois para mim o principal problema não é a Troika, mas sim os governantes que todos elegemos – pois! – desde o 25 de Abril dos cravos… e em geral por um sistema, corrupto, descontextualizado da realidade e por isso mesmo senil – que só por teimosia, falta de civismo, respeito pelo outro e pouca vontade de ajudar o povo onde se nasceu e vive, não se quer reconhecer…

Se é a forma que por agora temos de manifestar a nossa angustia, os nosso receios e protestos, vou. Mas gostava que algo mais acontecesse, além da manifestação em si – e não me interpretem mal: é sempre bom encontrar velhos amigos e fazer outros novos, além dos do Facebook.

Talvez seja mesmo isso que muitos de nós precisamos… perceber e sentir a energia de tantos como nós que temos os mesmos pensamentos e sentires e por mais que as emoções e a energia passe por aqui… não há nada como sentir e fazer sentir a de todos juntos!

Porque me parece importante que volte a cheirar a povo, que é uma coisa que nos esquecemos que somos todos… E porque estamos cá para não cometer vezes sem conta os mesmos erros…ou estamos?

Não!, não estive lá!

Mas coloco a fotografia, porque mesmo sem querer lançar mais dissabores no meio deste nosso quotidiano, não posso ficar indiferente à expressão e  à linguagem corporal do Senhor Agente da Autoridade. Creio que são treinados e formados para evitar os confrontos, para minimizar os ferimentos, as agressões e os distúrbios… mas a fotografia de Hugo Correia – não esquecer que fotografias são gravações de instantes –  não mente nem nos pode deixar indiferentes ao olharmos para o Senhor Agente, que está sem duvida alguma “ao ataque”. Não é preciso “ter um curso” para perceber que os ditos senhores agentes, foram autorizados para “entrar a matar”… Como é possível numa sociedade civilizada aceitar-se um grau de violência desta forma…

Custa-me também ler nas redes sociais, pessoas que também não estiveram lá e adoptam uma posição de defesa dos senhores agentes da autoridade. Como é possível numa sociedade civilizada aceitar-se um grau de violência desta forma…

Todos sabemos que nestes acontecimentos, os ânimos estão sempre á flor da pele e é muito fácil extravasar as emoções e as revoltas – e creio que aqui todos somos unânimes em assumir que as temos, ou não?… Não vamos a lado algum desta forma, nem com a violência nem com o não quer ver ou perceber o que está por detrás de tudo isto… o não querer abrir os olhos… o não querer tentar fazer com que as coisas mudem – porque se mudarem, duvido muito que seja para pior…

Um grande amigo meu chamou-me a atenção para um facto que nunca tinha pensado, uma outra e a sua perspectiva do dito: os portugueses – e isto está relacionado com o meu post anterior…

Quando temos este vicio de pensar e pensar, ficamos muitas vezes na busca continua de respostas, de indícios, exemplos e acontecimentos que nos tragam novas perspectivas e visões de tudo isto que somos…

Os portugueses não podem ser as pessoas a que eu me referi no post anterior… Creio que esses são pessoas que por acaso até são portuguesas – ou não… Creio que não devo e não posso meter a farinha toda no mesmo saco. Quando me refiro aos portugueses, deveria antes ter frisado, algumas pessoas portuguesas…

Mea culpa, reconheço!

E porque algumas? Creio que a reposta é simples. Porque há tantos outros que enfrentam os receios e arriscam um presente e um futuro, não se deixando ficar nas sombras e á sombra de passados – a história conta isso. Porque há tantos outros que também são capazes de planear e ajudar os outros a seguir em frente…

Algumas, porque a palavra e a consciência dos portugueses é deverás grande e imensa – e devemos sentir e saber disso mesmo!

Parece-me sim, que um sistema, como tantos outros, faz com que estas pessoas hajam assim. E de sistemas é feita a vida. E esse sistema funcionando assim, vai arrastando, metendo medo e crescendo em número – são uniões que fazem as forças, sejam elas quais forem – e creio que por serem pouco ou nada construtivas, não nos faz falta um sistema assim.

Ora retomo o meu post e digo que acredito mais categórico, se todas as energias negativas e corrosivas, forem canalizadas para se criarem outros sistemas de perspectivas mais positivas, construtivas e humanas – onde as forças e as fraquezas sejam de cada um e a união efectivamente de todos…

Sou português – seja lá isso o que isso é…  Nasci, cresci e continuo por cá – apesar de uma ou outra oportunidade de ir embora… mas escolhendo ou não, continuo por cá – talvez seja isto a tuguisse…

Mas ando um bocado cansado de só ouvir dizer os portugueses que não temos, que nos falta, que devíamos, que não criámos, que não soubemos, que não nos preparámos, que não tivemos… eu sei que as coisas estão mal, também o sinto nos sulcos da pele! Mas vejo e sinto poucos a tentar, pensar e fazer por novas perspectivas – a moda é, e talvez sempre tenha sido – criticar.

Pouco tempo depois de uma gafe de uma figura pública, um comentário de um ministro, uma noticia revoltante… pouco tempo depois, no facebook surgem logo fotografias, montagens e outras que tais, com piadas e com toda essa critica do não temos, e não podemos… Pergunto-me se estas pessoas não deveriam antes usar essa energia criativa para o seu respectivo trabalho ou, se pelos vistos, têm tempo de sobra, usa-lo para ajudar os outros… não será demasiada energia gasta sem perspectiva alguma?…

O português não quer ser ele, foge dele mesmo… não mostra a cara… é low profil… nunca fez nada… não sabe mexer, desconhece… nunca foi, nem lá esteve… é normal… está sempre mais ou menos… nunca fez… não tem mas diz e faz que sim, têm e dizem que não… nunca está bem nem mal… desde que não o chateiem… – serão isto ainda nuvens de Deus, Pátria Família? Parece que o português não quer viver…

Se as pessoas não são elas mesmas – isso não influencia tudo o que fazem e que as rodeia?!… Mudar conceitos, conceitos sobre tempo e trabalho e alterar o que é considerado “normal”.

Urge um trabalho de consciencialização de cada um e do todo, uma perda de rodeios e vaidades, um abrir de corações e de cabeças, falar, comunicar… falar de dentro – porque nunca se é único a ter o mesmo pensamento, medo, trauma ou receio…

Acredito mais positivo se todas estas energias negativas e corrosivas, fossem canalizadas para se criarem sinergias e perspectivas mais positivas…