Nós procuramos outras condições porque não sabemos desfrutar da nossa e vamos para fora de nós próprios por não sabermos como é estar dentro de nós próprios. Por isso, não vale a pena andar com andas, pois mesmo assim, teremos de andar com as pernas, e mesmo que nos sentemos no trono mais importante do mundo, ainda estaremos sentados com o traseiro. Michel de Montaigne (1533 -1592)
Há sempre histórias dentro da história que não se podem contar…
Há sempre pequenas coisas e pormenores que não se contam.
Traços de sentires que ficam a meio… dores que disfarçamos com ironia… doses de engasgos para procurar a melhor saída… coisas que na altura pensamos ser melhor não o fazer, haverá concerteza outra altura melhor, que pensamos ser mais conveniente… pensamentos que não partilhamos, por nosso proveito… por medo, receio e patetice… por cobardia, por fuga, e por vezes até, pensamos para nós próprios, para bem dos outros… Vão-se refinando com o suposto amadurecimento e a racionalização das emoções…
Somos um tanto ao quanto falsos na forma como nos confessamos a nós mesmos, nunca somos verdadeiros…
E assim a história nunca é a historia… A história é sempre feita à medida de cada um, para cada um, por cada um… A história ao fim de contas é sempre diferente e nunca uma só… A história são histórias.
Há uns anos atrás eram os rádios a pilhas, o Rui Veloso até escreveu um tema sobre isso: o negro do rádio de pilhas. Hoje em dia são os telemóveis que funcionam como rádio de baterias, por todo o lado, em alta voz. Tudo é tão cíclico, até o modus operandi das próprias pessoas.