Como alguns de vocês, também estive presente na apresentação do novo modelo de apoio às artes, no ano passado, no dia 11 julho, no Teatro Nacional D. Maria ll em Lisboa. Numa apresentação rápida, sem possibilidade de grandes perguntas e debate com os convidados que, segundo parecia, fomos chamados particularmente, para poder opinar e ajudar com o novo processo de candidaturas… Mas o tempo das questões foi mínimo, pois a comitiva ainda ia fazer uma outra “perninha” em Faro, depois da hora de almoço… A directora da dgartes, começou a sua apresentação pedindo reserva sobre o que ali se ia falar, não queria que se falasse na comunicação social… Assisti atónito, a um discurso de quem anos antes me entregava as fotocópias, num seminário que por ali aconteceu e que agora, adoptará uma personagem fria e prepotente, performando perfeitamente o que o poder faz às pessoas… e nada disse de concreto por mais tempo que falasse… percebemos, de ante mão, que algo de crítico iria acontecer neste novo apoio das artes em Portugal.
E chegamos a mais uma situação delicada, frágil e fodida!
E voltamos aqueles dissabores entre as estruturas, na personagem das pessoas de quem teve apoio e quem não teve… e conseguimos desta forma calar uns e fazer outros gritarem… E o que é que temos todos de fazer afinal?
Tudo isto me leva ao que disse, há poucos dias atrás, Thomas Ostermeier numa entrevista em Madrid:
“¿El teatro tiene aún la fuerza suficiente para cambiar algo?
El teatro nunca ha aportado cambios al mundo. Mire el caso de Alemania. El dramaturgo y director alemán más influyente del siglo XX fue Bertolt Brecht, que vivió durante la época en la que Hitler llegó al poder y no pudo hacer nada al respecto. La única manera de conseguir cambios políticos es a través de los movimientos sociales, personas saliendo a la calle para manifestarse, una concienciación solidaria y la acción política”. | El país https://elpais.com/cultura/2018/03/27/actualidad/1522170083_775173.html
E talvez concorde com ele… e talvez também por cá, mesmo sem Brecht, mas com… Já dizia o Alamada Negreiros que “ isto não é um país, é um sítio. E ainda por cima mal frequentado”…