Acho que ainda não percebi bem esta coisa da idade…
Vou percebendo melhor porque os outros me fazem notar; quer porque a apontam – seja de que forma for, quer porque a sinto e vejo neles…
Claro que o corpo já não é o mesmo, quer seja pela sua constante transformação, quer porque já não conseguimos entrar para um carro, sem dizer Aiiii, Arghhh ou um qualquer palavrão… Sim!, a paciência não é a mesma, embora por vezes seja imensamente maior… Já vemos coisas que quase ainda estão para acontecer… Já nos achamos chatos porque temos a mania que já passámos e sabemos quase tudo…
Por outro lado, em mim, há um constante voltar a uma espécie de idade dos porquês… Tudo ou quase tudo é novamente posto em causa, certezas de outrora, passam a inquietações do presente…
E tudo acontece a uma velocidade tão grande que não hà mais tempo para perceber as coisas como antes – se é que antes se percebiam…
Desde a informação aos novos relacionamentos entre as pessoas, não temos tempo… Mas o tempo parece que vai passando…
E debatemo-nos constantemente com um passado que já vai longe e já não existe, e um futuro que se receia num eterno presente que acabamos por nem sempre aproveitar…
Repetindo-me, porque me parece que isso vai fazendo parte do idade, há coisas muitos boas com esta coisa do tempo e da idade: a amizade. Essa espécie de amor incondicional e entrega ao outro num abandono de nós mesmos…
E nisso, é tão boa a idade! Perceber, sentir e agradecer o quanto alguns nos conseguem simplesmente aturar, just like that!…
Toquem os tambores que mais um ano vem ai : )