Monthly Archives: Abril 2012

…cada vez que passo por um policia fico inseguro, porque será?

Num país onde não querem defender os meus direitos, eu não quero viver – foi um texto que o Silva Mello fez com o Paulo Claro, já desaparecido, faz uns anos – ultimamente tem-me vindo tanto ao pensamento… Bem como uma pintada em Évora, perto do clube de caça, de há uns anos atrás que dizia: a policia defende-nos dos criminosos e quem nos defende da policia…

Os pobres policias – sim pobres! – empregam a sua própria revolta contra os irmãos que como eles estão em luta…

Maternidades e hospitais a fechar…escolas… abuso da autoridade… austeridade… corte de salários… grandes ordenados e fortunas… combustível a subir de semana para semana… electricidade… privatização da água… turmas de 30 alunos… querem que vos recorde mais?

Aqueles que ainda estão bem…que futuro vão dar aos vossos filhos?, Que educação? Que perspectivas?…ou, que farão quando tiverem de se desviar dos pobres que pedem pela rua?

Duro!?!, pois…andar na rua e olhar nos olhos das pessoas e sentir o desespero e o medo também o é… Mas sempre podes baixar a tua cabeça para o Iphone e jogar mais uma paciência…

O povo quer festa… assinam-se petições, fazem-se as maiores greves e manifestações de sempre… Inquieta-me e questiono-me com as comemorações do 25 de Abril que continuam a ser como no século passado… Por outro lado questiono-me seriamente se haverá motivos para comemorar a liberdade…

… como se o que esta a acontecer não fosse nada contigo e como se esse gesto fosse o mesmo que a água foi para Pilatos – limpar as mãos… Mas amigos e amigas, infelizmente  mais cedo ou mais tarde vai bater-te à porta – talvez só ai irás perceber que afinal não havia outro…

 

A vida não se ensina

E aqueles que nos podem explicar

Contam a deles

Que é a sua vida

Diferente sempre da nossa.

 

Há já alguns anos que não tenho carro… mas volta e meia ando com o carro de alguém, porque me dá jeito ou para matar saudades de conduzir – coisa que gosto mesmo muito…

Não vou escrever sobre o quão noto o aumento dos combustíveis cada vez que, de vez em vez vou meter desse liquido precioso no nosso país… mas no outro dia e no meio de uma viagem de volta do Alentejo – naquelas viagens dentro da viagem – começou a ganhar uma forma incrível no meu pensamento o facto da simples mas tão complexa, condução de um veiculo…

Não é que não tivesse dado conta antes, mas sem duvida que vale a pena pensar um pouco no facto de nos entendermos todos – salvo, certas distracções – em termos de condução.

Para o número de veículos que existem a circular, creio que o número de acidentes é relativamente pequeno – o que de alguma forma mostra como nos entendemos.  Respeitamos as imaginárias linhas rectas por onde temos de andar… passamos a muitos kilometros por hora uns pelos outros nas auto-estradas… mudamos de direcção em cruzamentos ao mesmo tempo que outros o fazem…respeitamos enfim, as regras que se criaram. Claro está que quando isto não acontece e pelas mais variadíssimas razões, dá asneira e pode ser daquelas sem volta a este bairro…

Ora, no meio dessa viagem de regresso do Alentejo, tive de me perguntar o porquê de no resto das nossas vidas e na nossa sociedade, e analogamente com outras regras para outros casos e condutas, não nos entendemos assim tão bem…

Baixei um torrent da obra completa do Bach, será melhor começar já a ouvir…