Monthly Archives: Janeiro 2012

Sou português – seja lá isso o que isso é…  Nasci, cresci e continuo por cá – apesar de uma ou outra oportunidade de ir embora… mas escolhendo ou não, continuo por cá – talvez seja isto a tuguisse…

Mas ando um bocado cansado de só ouvir dizer os portugueses que não temos, que nos falta, que devíamos, que não criámos, que não soubemos, que não nos preparámos, que não tivemos… eu sei que as coisas estão mal, também o sinto nos sulcos da pele! Mas vejo e sinto poucos a tentar, pensar e fazer por novas perspectivas – a moda é, e talvez sempre tenha sido – criticar.

Pouco tempo depois de uma gafe de uma figura pública, um comentário de um ministro, uma noticia revoltante… pouco tempo depois, no facebook surgem logo fotografias, montagens e outras que tais, com piadas e com toda essa critica do não temos, e não podemos… Pergunto-me se estas pessoas não deveriam antes usar essa energia criativa para o seu respectivo trabalho ou, se pelos vistos, têm tempo de sobra, usa-lo para ajudar os outros… não será demasiada energia gasta sem perspectiva alguma?…

O português não quer ser ele, foge dele mesmo… não mostra a cara… é low profil… nunca fez nada… não sabe mexer, desconhece… nunca foi, nem lá esteve… é normal… está sempre mais ou menos… nunca fez… não tem mas diz e faz que sim, têm e dizem que não… nunca está bem nem mal… desde que não o chateiem… – serão isto ainda nuvens de Deus, Pátria Família? Parece que o português não quer viver…

Se as pessoas não são elas mesmas – isso não influencia tudo o que fazem e que as rodeia?!… Mudar conceitos, conceitos sobre tempo e trabalho e alterar o que é considerado “normal”.

Urge um trabalho de consciencialização de cada um e do todo, uma perda de rodeios e vaidades, um abrir de corações e de cabeças, falar, comunicar… falar de dentro – porque nunca se é único a ter o mesmo pensamento, medo, trauma ou receio…

Acredito mais positivo se todas estas energias negativas e corrosivas, fossem canalizadas para se criarem sinergias e perspectivas mais positivas…

 

Podemos ficar presos no pensamento a um ponto tal que primeiro que consigamos articular uma ideia ou estruturar um pensamento, pode levar dias… depois tudo é meio vomitado para ser depois mais tarde, limpo e limado.

No outro dia cruzei-me com uma miúda na rua, que não teria mais de 12 anos, com uns calções que não eram maiores que os meus speedo´s – e não quero ser mau…

O pensamento é sacana, não deixa sequer ver um filme, atira-se com novas formas e consegue sobrepor-se aos movimentos no ecrã – o que é que estava a ver?

Ignoramos ou aceitamos, preto no branco, não há meios tons… e quando aceitamos servir, o tempo do pensamento confunde-se com o tempo que já de si, é bem confuso…

2012 começa assim, como se fosse a transformação de tudo o que ainda não acabou de ser mudado… a vida segue, segue sempre sem parar e tem de nos levar atrás dela –  ou de preferência á frente!