Monthly Archives: Setembro 2010

Back! Évora, sempre foi ela e continua a ser…

Nalguns passos que dou, reconheço na sola dos pés algumas pedras que já antes, outros anos , pisei…

… sem duvida que para mais tarde recordar, mas é sempre difícil conseguir exactamente lembrarmo-nos do que se passava pela cabeça no instante e no momento em que aquela pedra foi pisada

repetimos percursos pelas mesmas ruas… ás vezes chegamos a ouvir as conversas que ainda ecoam nas paredes das casas e nos muros de pedra e cal…

ao mesmo tempo que consigo tornar-me visitante e estrangeiro… ao mesmo tempo, restos de mim, que por Évora ficaram, passam sussurrando com o vento morno, riem-se e colam-se na pele

Há escadinhas que convidam a sentar… mesmo duras pela pedra gasta do tempo, sorriem para nós e seduzem-nos a repousar um pouco… talvez porque mesmo ao seu lado e no seu inicio, debaixo de um pequeno telhado, há  uma porta vermelha de onde vêm uma musica ao nosso encontro, misturada com o som de um aspirador da janela do andar de cima dessa porta… Que sujidade fará as pessoas estarem a limpar a horas tardias daquela noite… A vida que não está ali, mas ali vai parar, de encontro a nós, sentados nas escadinhas abençoadas por uma ventinho fresco de fim de Agosto.

Na Travessa da Laranjeira, onde um dia o Pai Tirano foi filmado, hoje em dia, outro pai_e não adianta dizer se tirano ou não_conta-nos historias de outros tempos, daquelas escadas e das energias de dentro daquela porta vermelha com o mesmo nome do filme. Entre conversas cortadas pela cerveja que se bebe, o Rui e a Ana aparecem e desaparecem pela porta, para nos sorrir, para nos desafiar ao blá, blá, blá, ou pedir lume para mais um cigarro que se vai… O olhar vai descendo as escadas e subindo as outras, do outro lado da rua… e subindo ainda mais, chega ao céu, a uma lua cheia e a uma estrela que não sei qual é… sem pressas vamos escorregando pelas escadas, mas acabamos sempre por a elas voltar